segunda-feira, 10 de outubro de 2011

ESTALÃO DO PODENGO PORTUGUÊS

OS MEUS PODENGOS


Joice de Flor D'esteva 



Nacco de Veiros
Nina

Núbia

ORIGEM: Portugal
UTILIZAÇÃO: Cão de caça, vigia e companhia.
CLASSIFICAÇÃO F.C.I.:  Grupo 5, Spitz e tipo primitivo.
                                       Secção 7 Tipo primitivo, cães de caça. 
                                       Sem prova de trabalho. 

BREVE RESUMO HISTÓRICO: Cão do tipo primitivo, tem a sua origem provável nos antigos cães trazidos pelos Fenícios e Romanos para a Península Ibérica na antiguidade clássica, sofrendo posterior influência com a introdução de efectivos caninos que acompanharam os mouros nas invasões no séc.VIII. Adapta-se ao território e clima nacionais, originando o que é hoje o podengo português. Evoluiu morfologicamente ao longo dos séculos, em razão da funcionalidade, tendo sido seleccionada a variedade pequena, a partir do séc. XV, como cão rateiro nas caravelas dos descobrimentos. 

ASPECTO GERAL: Cabeça piramidal quadrangular, com orelhas erectas, cauda em foice, bem proporcionado, com bom esqueleto e bem musculado; dotado de muita vivacidade e inteligência; sóbrio e rústico. Possui três tamanhos, nas variedades de pêlo Liso e Cerdoso.

PROPORÇÕES IMPORTANTES: 
Podengo Grande e Médio – Cão sub-mediolíneo, quase quadrado, de média ou de grande corpulência, conforme o tamanho seja médio ou grande, com uma relação – comprimento do corpo/altura ao garrote: 11/10 e altura do peito/altura ao garrote: 1/2.
Podengo Pequeno – Cão sub-longilíneo, de pequena corpulência, com o comprimento do corpo maior que a altura, com uma relação – comprimento do corpo/altura ao garrote: 6/5 e altura do peito/altura ao garrote: 1/2.
Em todas as variedades o comprimento do chanfro é mais curto do que o comprimento do crânio. 

COMPORTAMENTO / CARÁCTER: 
Podengo Médio e Grande – No Médio é aproveitada a natural vocação como cão de caça ao coelho, caçando em matilha ou isoladamente, sendo, também, conhecido por coelheiro; o Grande é utilizado para a caça maior.
Podengo Pequeno – É utilizado para procurar o coelho nas covas e entre as rochas.
Em todas as variedades é também utilizado, como cão de vigia e de companhia.
CABEÇA: Seca e em forma de tronco de pirâmide quadrangular, com base larga e extremidade bastante afilada.

REGIÃO CRANIANA: 
Crânio: Plano; perfil quase recto; arcadas supraciliares salientes; sulco frontal pouco pronunciado; espaço inter-auricular horizontal com protuberância occipital saliente. 
Chanfradura Nasal (Stop): Pouco acentuada; os eixos longitudinais superiores crânio-faciais são divergentes.

REGIÃO FACIAL:
Trufa: Adelgaçada e truncada obliquamente, é proeminente na ponta; de cor mais carregada do que a da pelagem.
Chanfro: De forma encurvada, de perfil recto; mais curto do que o crânio; mais largo na base do que na ponta;
Lábios: Encostados, finos; firmes, rasgados a direito e bem pigmentados.
Mandíbulas/dentes: Normais em tesoura, com dentes brancos e sólidos; regular oposição das duas maxilas e dentição completa nos Grandes.
Faces: Secas e oblíquas.
Olhos: Expressão de olhar muito viva; olhos pouco salientes nas órbitas; da cor do mel à da castanha, consoante a pelagem; oblíquos e pequenos; pálpebras com pigmentação mais carregada do que a cor da pelagem.
Orelhas: Inserção oblíqua e média; direitas, com grande mobilidade; verticais ou pouco inclinadas para diante, quando atentos; pontiagudas, largas na base, de forma triangular; finas, com altura apreciável e maior do que a base.

PESCOÇO: Ligação harmoniosa com a cabeça e com o tronco; direito; comprido; proporcionado, forte e bem musculado; ausência de barbela.

TRONCO: 
Linha superior: Direita, horizontal.
Garrote: Discreto em relação ao pescoço e dorso.
Dorso: Direito e comprido.
Rim: Direito; largo e musculado.
Garupa: Direita ou pouco descaída; de comprimento médio; larga e musculada.
Peito: Descido até ao codilho; de largura média; comprido, com esterno inclinado para trás e para cima; costelas pouco arqueadas e oblíquas; peitoral pouco saliente e musculado, não muito largo; 
Linha inferior e ventre: Ligeiramente subida; ventre e flancos secos, ligeiramente arregaçados.

CAUDA: Inserção mais alta do que baixa; forte, grossa e pontiaguda; de comprimento médio; em repouso caindo entre as nádegas, até a altura dos curvilhões e ligeiramente arqueada, em acção, levanta-se, horizontalmente, ligeiramente arqueada, ou verticalmente, em foice, mas nunca enrolada; franjada na sua parte ventral.


MEMBROS ANTERIORES: Bem aprumados de frente e de lado; bem musculados e secos; 
Espáduas: Compridas; oblíquas; fortes e bem musculadas; ângulo da espádua aberto, com aproximadamente 110º. 
Codilhos: Paralelos ao plano médio do corpo.
Antebraços: Verticais; compridos e musculados.
Carpos: Secos e não salientes.
Metacarpos: Curtos; fortes; pouco oblíquos.
Mãos: Arredondadas; dedos compridos, fortes e unidos com curvatura fechada; unhas curtas e fortes, de preferência escuras, palmas resistentes e duras.

MEMBROS POSTERIORES: Bem aprumados de trás e de lado; bem musculados e secos; paralelos ao plano médio do corpo.
Coxas: Compridas; largura média; musculadas; 
Joelhos: Com ângulo fémuro-tibial de aproximadamente 135º;
Pernas: Oblíquas; compridas; secas, fortes, musculadas.
Jarretes: Altura média; secos; fortes; ângulo do jarrete aberto com aproximadamente 135º;
Metatarsos: Fortes; curtos; oblíquos; Sem presunhos.
Pés: Arredondados; dedos compridos, fortes e unidos, com curvatura fechada; unhas curtas e fortes, de preferência escuras, palmas resistentes e duras.

ANDAMENTOS: Trote ligeiro, movimentos fáceis e ágeis. 

PELE: Mucosas, de preferência pigmentadas de negro ou sempre de mais escuro do que a pelagem; pele fina e tensa.

MANTO:
Pêlo: De pêlo curto ou pêlo comprido; de grossura média; pêlo liso quando curto ou pêlo áspero (cerdoso) quando comprido; o pêlo curto é mais denso do que o comprido; na variedade de pêlo comprido e áspero, o pêlo no chanfro é comprido (barbaças); sem sub-pêlo.
Cores: Admitidas - amarelo, fulvo, com as variedades claro, comum e escuro; unicolores ou malhadas de branco ou branco malhadas;
São ainda admitidas no Podengo Pequeno mas não preferenciais: preto, castanho, nas suas tonalidades; unicolores ou malhadas de branco ou branco malhadas;

ALTURA E PESO:
Altura ao garrote: 
De 20 a 30 cm nos Pequenos
De 40 a 55 cm, nos Médios 
De 55 a 70 cm, nos Grandes
Peso: 
De 4 a 6 Kg, nos Pequenos
De 16 a 20 Kg, nos Médios
De 20 a 30 Kg, nos Grandes

DEFEITOS: Qualquer desvio em relação ao estalão deve ser considerado como falta e penalizado na exacta proporção da sua gravidade e das suas consequências na saúde e bem estar do cão.
Comportamento: Sinais de timidez.
Crânio/Chanfro: Eixos longitudinais superiores crânio-faciais paralelos.
Maxilas: Má oposição ou dentes com má implantação; dentição em pinça; dentição incompleta nos Podengos Grandes;
Trufa: Despigmentação parcial. 
Pescoço: Arqueado; 
Tronco: Linha superior arqueada;
Garupa: Demasiadamente descaída;
Presunhos: A sua existência é depreciativa;
Pêlo: Sedoso e/ou sub-pêlo;

DEFEITOS GRAVES:
Crânio/Chanfro: Eixos longitudinais superiores crânio-faciais convergentes;
Trufa: Despigmentação total;
Orelhas: Curvas;
Ventre: Muito arregaçado;
Cauda: Enrolada.

DEFEITOS ELIMINATÓRIOS (DESQUALIFICAÇÕES):
Carácter: Agressivo ou demasiado tímido. 
Aspecto Geral: Sinais de cruzamento com galgo ou perdigueiro ou qualquer outra mestiçagem;
Maxilas: Prognatismo ou endognatismo; 
Olhos: De cor diferente;
Orelhas: Dobradas ou caídas;
Cores da Pelagem: Tigradas ou raiadas; preto afogueado; tricolor e branco integral; 
Todo o cão que apresentar qualquer nível de anomalia física ou de comportamento deve ser desqualificado.
Nota: Os machos devem sempre apresentar os dois testículos, de aparência normal, bem descidos no escroto.   
(Clube Português de Canicultura)



PODENGOS PORTUGUESES PEQUENOS
DE PÊLO CERDOSO

O amigo, companheiro e grande caçador

Sorvete do Vale Negro

Os meus podengos, cuja origem se perde na história de gerações e gerações desta gente humilde, que no campo constitui um equilíbrio e complexidade de agricultura, lide doméstica e a caça, onde estes cães sempre se integraram como se de uma família se tratasse quase sempre sem necessitar de canil ou casota apenas um cobertor ou sofá no hall ou sala de casa.
Jasmim
A sua relação é de tal forma completa que em casa reconhece os diferentes membros da família e identifica estranhos, com a força de um guarda, mas aceitando-os como amigos se o dono assim o entender.
Nos passeios ou actividades agrícolas participa como companhia fiel e atenta sem perder oportunidades de participar, muitas vezes encontrando objectos perdidos do seu dono, e tantas vezes eliminando os pequenos roedores que tantos danos provocam.
Na caça é onde eu mais convivo com eles dado a minha actividade profissional não permitir que me acompanhem mais frequentemente no dia a dia.
São dotados de tantas características e vantagens que não será demais dizer que é o melhor cão de caça aos coelhos e outros pequenos animais do mundo. Se não vejamos: o seu corpo que varia em altura entre os 20 e 30 centímetros sendo a fêmeas mais pequenas, permite-lhe de uma forma constante e veloz progredir no mato, silvados, estevas ou marouços de pedras, onde o seu apurado olfacto e eficaz perto do chão lhe permite encontrar as suas presa silenciosamente avisando o seu dono, que sempre se encontra por perto, uma vez que este apesar de ocupado e muito activo com a caça nunca perde o seu dono quer pelo contacto visual quer pelo odor, com agudos latidos que no caso do coelho se furtar tornam-se constantes intermináveis, também chamando a atenção dos outros podengos membros da matilha, que estão sempre por perto muitas vezes já no encalce de outros coelhos e se tratar de outro animal, por exemplo uma raposa, um sacarrabos ou um texugo, o seu dono habituado ao seu latir apercebe-se que não é um coelho.
A sua visão bem apurada também auxilia, ainda que tantas vezes relegada para segundo plano dado a densidade dos matos, resolvendo o lance pela rapidez com que se move e distingue os odores.
Na busca e na perseguição é incrível verificar o movimento das orelhas mais parecendo modernas antenas de radar, movimentando-se em todos os sentidos na busca do som e recolhendo-as junto à nuca quando se tem que proteger dos bicos das silvas e outros.
A cauda, quando recolhida até ao meio das pernas, serve também em alturas, em que a adrenalina na proximidade da presa, que corre o risco de fugir se latir, como avisando com a cauda em forma de foice toda levantada avisando da presença duma presa e também para grandes celebrações a quando do reencontro com o dono ou amigos, ou para se retirar humildemente quando e derrotado ou repreendido voltando à primeira oportunidade.

Também não é pouco frequente entrar em apertadas angras de pedras e nas tocas dos bichos onde muitas vezes atinge o sucesso quase inacreditável de os sacar para fora.



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